05 novembro, 2010

Tenha um pouco de fé - Mitch Albom

Parece título de livros de auto-ajuda, eu sei, mas não é. Este é um dos meus livros favoritos, o recomendo a qualquer pessoa, independente da sua religião. 

No princípio houve uma pergunta. - Você faria meu discurso fúnebre? E como costuma acontecer com a fé, pensei que estivessem me pedindo um favor, quando, na verdade, era eu que o estava recebendo. Em seu primeiro livro de não ficção desde A última grande lição, Mitch Albom conta a história real de uma marcante jornada de oito anos entre dois mundos - dois homens, duas fés, duas comunidades. Depois de receber do rabino Albert Lewis o pedido para fazer seu discurso fúnebre, Mitch passa a visitá-lo nos fins de semana. Ao mesmo tempo que mergulha de volta no mundo de fé que havia deixado para trás, conhece Henry Covington, um ex-traficante e ex-dependente químico que se tornou pastor e agora tenta manter em Detroit uma igreja em ruínas e um projeto de assistência a moradores de rua. Movendo-se entre esses dois mundos - cristão e judeu, branco e negro, de fartura e escassez -, Mitch observa como homens tão diferentes usam a fé de forma muito semelhante: o rabino de um bairro nobre, para receber a morte que se aproxima, e o pastor de uma periferia carente, para manter de pé a si mesmo e sua igreja. Nas realidades desiguais, questões em comum se revelam: como enfrentar as dificuldades; o que é o céu; Deus e a importância da fé. Por trás de textos, preces e narrativas de cada grupo, a unidade entre os dois mundos transparece. Tenha um pouco de fé é a trajetória de um homem em busca da crença superior que nos une, uma história sobre o sentido da vida, sobre a perda da fé e sobre ser resgatado por ela. É também um convite à reflexão: e se a religião, em vez de construir barreiras, forjasse elos entre nós?


Autor: Mitch Albom
Editora: Sextante
Páginas: 240
ISBN:  9788575425435
Preço: R$ 19,70


Mitch Albom narra a história fantástica de dois homens com os quais conviveu:
Albert Lewis, conhecido como Rebbe, é rabino e faz a Albom um pedido inesperado: "Você faria meu discurso fúnebre?", ele então aceitou, desde que pudesse conviver e conhecer melhor Rebbe, nascendo assim uma grande amizade e admiração. 
E o Pastor Henry Covington, um homem liberto do mundo do crime e das drogas, nos traz uma linda e preciosa lição de vida.


"Pense no homem mais devoto que você conhece. Seu padre, seu pastor, seu rabino, seu imã. Agora imagine-o dando-lhe um tapinha no ombro e pedido que você diga adeus ao mundo em nome dele. Visualize o homem que manda pessoas para o céu pedindo que você faça o mesmo por ele." 


"Agora ele estava se aproximando dos 30 anos, era criminoso, viciado, e mentira para o Senhor. Tinha uma mulher. Isso não o fazia parar. Seu dinheiro acabara, suas roupas elegantes se foram... 
Numa noite de sábado, ele queria tão desesperadamente se drogar que foi com dois homens até Jamaica, no Queens, procurar as únicas pessoas que poderiam ter dinheiro e mercadoria: os traficantes para quem tinha trabalhado.
Bateu a porta. Eles atenderam.
Henry sacou uma arma.
- O que você está fazendo? - perguntaram incrédulos.
- Vocês sabem o que é isso.
A arma nem tinha bala. Por sorte, os traficantes não sabiam.
Henry brandiu-a e rosnou:
- Vamos logo. - E eles lhe deram dinheiro, jóias e drogas.
Ele foi embora com os amigos, entregou-lhes os objetos de valor, mas ficou com o veneno. Era só o que seu corpo queria. Era só nisso que conseguia pensar.
Mais tarde, naquela noite, depois de ter fumado, cheirado e bebido. bateu a paranoia e Henry percebeu o erro idiota que tinha cometido. As vítimas sabiam quem ele era e onde morava. 
E iriam querer vingança.
Foi então que Henry pegou aquela espingarda, foi para a frente da casa e se escondeu atrás de uma fileira de latas de lixo...
Esperou, tremeu. Algo lhe dizia que, apesar de todas as encrencas das quais tinha escapado, aquela seria a noite em que a coisa iria pegá-lo Um carro viria pelo quarteirão, e ele morreria sob uma saraivada de balas.
E assim, uma última vez ele se virou para Deus.
- O Senhor me salvaria, Jesus? - sussurrou - Se eu prometesse me entregar ao Senhor, me salvaria esta noite?
Ele estava chorando. Estava com a respiração pesada. Se, com todo mal que tinha, ainda podia orar, aquilo era o mais perto que chegaria da oração verdadeira.
- Jesus, por favor...
Ele fora uma criança perturbada.
Um delinquente juvenil.
Um homem mau.
Será que ainda poderia ser uma alma salva?"


"Não falei muito sobre a mulher do Rebbe. Deveria falar. 
Segundo a tradição judaica, 40 dias antes de um menino nascer, uma voz celestial grita o nome da pessoa com quem ele se casará. No caso, o nome 'Sarah' foi gritado para Albert em algum momento de 1917. 
[...]Não sei o que aconteceu 40 dias antes do nascimento, mas naquele instante eu não ficaria surpreso se ouvisse dois nomes sendo gritados do céu."


"- O senhor sempre quis ser pastor?
Ele riu, fungando.
- Nããão.
- O que planejava fazer quando saiu da escola?
- Na verdade, eu estava na cadeia.
- É mesmo?, perguntei, fingindo um tom casual. Por quê?
-Ô, fiz um monte de coisas. Drogas, roubo de carros. Fui preso por homicídio. Uma coisa em que nem estava envolvido.
- E como saiu de tudo isso?
- Bom... Uma noite achei que ia ser morto por uns caras que eu tinha roubado. Por isso fiz uma promessa a Deus. Se sobrevivesse até a manhã seguinte, iria me entregar a Ele.
Fez uma pausa, como se alguma dor antiga e enferrujada tivesse ressoado dentro dele.
- Isso foi há 20 anos - disse.
Enxugou a testa com um lenço.
- Vi muita coisa na vida. Sei exatamente o que significa 'Glória, glória. aleluia, vencendo vem Jesus.'
Certo, falei, porque não sabia o que dizer."


"Se vocês me perguntarem, e deveriam perguntar, por que essa criança maravilhosa, linda, que tinha tanto a dar, precisava morrer, não tenho uma resposta racional. Não sei.
[...]Amigos, às vezes, quando nos perguntam por que morre alguém tão jovem, só posso voltar à sabedoria da nossa tradição.É verdade que Davi não viveu muito. Mas, enquanto viveu, Davi ensinou, inspirou e nos deixou um grande legado espiritual, inclusive o Livro dos Salmos. Um desses salmos, o 23, é lido às vezes nos enterros.
'O Senhor é meu pastor; nada me faltará.
Faz-me dormir em pastos verdes:
Guia-me junto às águas calmas.
Restaura minha alma...'
Não é melhor ter conhecido Rinah, minha filha, durante quatro anos, do que não tê-la conhecido?"


"O Rebbe não fazia nada curto.Não mandava e-mails.
- Como posso saber se há alguma coisa errada simplesmente lendo um e-mail? - dizia. - As pessoas podem escrever qualquer coisa. Eu quero vê-las. Se não puder, quero ouvi-las. Se não posso vê-las nem ouvi-las, como posso ajudá-las?"


Sinceramente, não tenho muito o que dizer, somente que este livro me emociona e me fez crescer muito.

4 comentários:

  1. Eu quero muito ler esse livro. Eu estava no auge de uma situação muito difícil quando me deparei com ele sozinho em uma prateleira de uma loja. Na hora eu não tinha dinheiro para comprar, mas me chamou muito a atenção.

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  2. Leia sim, é um livro inspirador!
    E desejo de coração que você tenha vencido esse momento difícil, se ainda não venceu tenha certeza de que vencerá! =]
    beijos

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  3. Recomendação de livro muito bom,
    Bíblia Sagrada.Certeza que transformará suas vidas.

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  4. Definitivamente, o "Anônimo" acima não leu o livro.
    Faz o tipo que o autor relata, quando fala sobre alguns cristãos, que se referem aos "outros" como aqueles que "vão para o inferno".
    É lamentável saber que exitem "cristãos" com esse pensamento.
    O livro e nota 10.
    Gostei muito e recomendo.

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